"Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim,
ele saberá o valor das coisas e não o seu preço."

"Não se pode falar de educação sem amor." Paulo Freire


“Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.” Esopo

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ENEM e ENSINO MÉDIO - PROFISSÕES - CONCURSOS

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ELEIÇÃO DO GRÊMIO ESTUDANTIL 2011:

Notícias ao lado, por favor!

O ponto de convergência entre Piaget e Lobato:

O MUNDO MÁGICO DE PIAGET E LOBATO

" ... O ponto de convergência entre

Lobato e Piaget é fundamental : o amor e a compreensão"

ROBERT CANUTO

"Criança pensa diferente". Esta afirmação pode parecer óbvia num prime'iro momento, mas se fizermos uma análise do que nos reservam os métodos educativos de boa parte do ensino fundamental no Brasil, encontraremos um quadro que contradiz tal afirmação.

Os livros didáticos e parcela dos dedicados à literatura infantil normalmente são construídos sob a lógica dos adultos e, pior, com uma linguagem que melhor se comunica com este interlocutor, ignorando o pensar infantil, que felizmente funciona de forma distinta.

Quem melhor entendeu o intelecto humano nos primeiros anos de vida e talvez quem melhor o aplicou em sua obra foram respectivamente Jean Piag::t e Monteiro Lobato, mas o que teriam em comum pesquisadores de universos tão diferentes?

Pii3get, através de um método científico experilT,ental, revolucionou toda a concepção que se tinha sobre o desenvolvimento intelectual infantil. Monteiro Lobato dispensa apresentações entre nós, brasileiros, que algum dia já fomos crianças e tivemos contato com o fabuloso mundo do Sítio do Pica-Pau-Amarelo. O ponto de convergência entre Lobato e Piaget é fL:ndamental: o amor e a compreensão da essência humana nesta fase de extrema fertilidade imaginativa que é a infância, através de um trabalho de observação

SÕ õ5lTdõ quando se tomam emprestcrdoçO'õlhar e a -alma Túdicã das crianç.as.-- - ~.

Enquanto Piaget criou o método que denominou Construtivismo e estruturou uma teoria descritiva do processo de apreensão do mundo pelos pequenos, com uma linguagem científica que constantemente se entrega à poesia, Monteiro Lobato construiu uma obra literária magnífica em que a arte abre espaço à didática e à ciência.

Em seu livro "O Faz de Conta de Jean Piaget na Literatura de Monteiro Lobato" (dissertação de Mestrado da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Vera Macedo conseguiu identificar com sucesso características do método construtivista na obra lobatiana. Segundo Piaget, nos primeiros anos de vida, o homem vive uma relação de liberdade imaginativa na absorção do mundo, permeando a fantasia e o real na construção de sua lógica. No universo de Monteiro Lobato passeiam noções de cidadania, política, gramática e até aritmética, sem se esquecer da constante abordagem de personagens folclóricos e míticos. Tudo em uma linguagem destinada à assimilação das crianças, que vivem em suas reinações, termo criado por Lobato para denominar um mundo infantil construído pela fantasia, onde tudo é possível através do faz-de-conta.

'Esta simbiose perfeita Piaget/Lobato pode ser ponto de inspiração para um novo processo educacional em que as potencialidades infantis poderiam ser realmente aproveitadas. Ao que tudo indica, muitas escolas brasileiras, inclusive do ensino público, já adotaram o construtivismo como método de ensino. Mas em nossas terras, o faz-de-conta certamente, além de reformas estruturais de ensino, teria que reservar parte de sua magia às crianças que são impunemente exploradas em trabalhos escravos e abandonadas em praças esquecidas, negligenciadas sem direito à dignidade e ao saber. Parece que nós adultos ainda temos muito o que aprender com estes homens que "imaginaram" um mundo diferente.